sexta-feira, 25 de julho de 2008

A BESTA É FERA



Composição/ Rosto em chamas - Caneta bic sobre papel de caderno - 1973 (Acervo do artista)


O após-calypso das nossas mágoas
Não acabaram em samba
Quanta tolice
Alfinetadas profundas, o dedo numa ferida a cicatrizar
Burrices de ex-relação
Ex-amor, ex-canção.
Encheção de mares de mágoas, gotas de turbilhão formam um imenso oceano de ré-sofrimentos
E a providência indigna de uma vingança pequena, pobrezas da tua alma.
E eu aqui de longas pantuflas, calças boca-de-sino, vivendo uma época ultra-passada, a espera da minha pretensa algoz, ou pelo menos de um belo amor-feroz.
Calças curtas, nunca mais, ninguém me pegará, nem ao meu machucado coração, nunca mais.
Mesmo que ainda me curtas, a pena e desprezo que me despertas me faz ver-te como uma bestafera.
Penas do tiê dedico.
Milhas quilométricas me lanças em distância incomensurável.
De besta, ficas uma fera
Intreveros
Quanta tolice
Na realidade, meu desprezo dedico a tua porção besta.
Fera.

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