quinta-feira, 18 de junho de 2009

LUMINARIAS FEITAS COM PET

segunda-feira, 15 de junho de 2009

DJOBI, DJOBÁ - JOBI O CANTINHO MAIS AGITADO DA NOITE DO BAIXO LEBLON


Desde os primeiros momentos que fui me aprochegando ao Leblon, cascavilhando familiaridades, pra me sentir mais à vontade, ter aquela sensação boa de que “sou” do lugar, me deparei com um danado de barzinho muito simpático, boteco, aqui, tido como “pé limpo” (tem a outra categoria que é o pé sujo), muito aconchegante, mesinhas redondilhas pequenas e apinhadas, apesar de aberto e arejado mas com pouca luz interna, o que confere aquele ar de barzinho bem legal, característico. O Jobi! Imediatamente achei engraçado esse nome, curioso, original (ainda vou perguntar o que significa). E não poderia dar noutra, associei o nome do bar ao nome de uma música do grupo espanhol, Gipsy Kings (Djobi,djoba), que fica tocando no meu juízo cada vez que vejo o bar ou passo por ele.

Claro, não poderia deixar de ir lá! Fiquei aguardando momento oportuno pois não estava querendo ir só. O movimento é constante, sempre cheio, quase tudo acontece por lá. O bar funciona a todo o vapor quase que 24 horas por dia, a única pausa e pela manhã, logo cedinho quando o pessoal faz a limpeza, lava o piso, troca as toalhas das mesas e em seguida ta tudo pronto pra continuar.

Primeiro li no GLOBO que uma torcedora fanática pelo PT (Acontece), numa querela política com uma partidária do governador em faltando argumento partiu para a dentada e arrancou o dedinho da situacionista com uma bem aplicada mordida em meio a discussão “poliptica”. Isso me fez rir e aguçou meu desejo de estar lá.



Os dias passaram e certa feita me chega as mão uma revistinha de bairro muito legal que traz ótimas dicas, causos e receitas (não de bolo) sobre a zona sul etc, coisa e tal. A revista Básica. Nela vem sempre uma entrevista com personas gratas da zona sul, e desta feita era o Chico Caruso e o Paiva, o garçom mais figura do Jobi (todo mundo é amigo do Paiva), que está por lá ha mais de 28 anos, uma boa matéria, como sempre. Nela o Chico falava de suas experiências por estas bandas etc, e o Paiva também! Foi simpatia a primeira lida. Mais um motivo para ir lá.

Tudo muito bem, então eis que chega de visita minha prima, uma boêmia de alma e corpo (ou copos) e daí surgiu a tal da oportunidade. Fomos e chegamos já era madrugada adentro, o bar tava cheio, muita gente, muita conversa muita risadagem aquelas coisas que preenchem a alma de um bom cristão. Chopinhos, papos e num dado momento a dúvida? Será que eles aceitam cartão aqui? Perguntamos e infelizmente a resposta foi, não. Mas na boa. Logo nos indicaram um banco que fica aberto de madrugada e a solução veio na medida. Pagamos em dinheiro o que tínhamos consumido e eu cheio de intimidade, como se fosse freqüentador assíduo, chamo o Paiva pelo nome e num converseio de pé de orelha falo que a situação era aquela, e que iríamos no tal banco e voltaríamos daqui a alguns minutos. Com muita simpatia, sorrisos e gentilezas o Paiva me disse; “Não se preocupe, qualquer coisa, volte que daremos um jeito”.

Pronto! A senha estava dada.

Saímos caminhamos até a Praça Antero de Quental até o posto de gasolina onde estava o banco e...
... A máquina estava quebrada.

Sem floreios nem des-culpas, voltamos, chamei o Paiva para outra conversa, expliquei e ele foi incisivo!

- Fiquem a vontade! Bebam e consumam o que quiser e no final deixem um documento que amanhã vocês resgatam a conta!




Nossa senhora! Que coisa! Fiquei bestificado, maravilhado, encantado.

Assim tivemos um alegre e inebriante final de madrugada regado a ótimo chope, petiscos deliciosos e muita conversa de mesa de bar com minha querida Bella.

No outro dia só risos e felicidades! Fomos lá, pagamos o pendura e tudo certo.

Devo dizer que o Paiva (E os outros garçons também), o Jobi conquistaram meu coração boêmio. Sempre que dá “vontade”, vou lá sorver um tanto daquele cantinho maravilhoso e absorver dessa alma carioca maravilhosa que ainda resiste a quase tudo. Apesar das tentativas de acabar com tudo que maravilhoso dessa cidade sem igual.

Tudo vale a pena, mesmo quando a grana é pequena!


quinta-feira, 11 de junho de 2009

VIVA O ACTA DIURA!




quarta-feira, 10 de junho de 2009

NOSSA SENHORA DA CASSOLA FROUXA!

Foi a esclamação que ouvi depois que o motorista do coletivo tirou um fino no pedestre que, diga-se de passagem estava na sua faixa (um pouco lerdo, meio lezado para o louco, doido trânsito do rio) e em seguida fez um golpe de vista que me fez lembrar uma música do João Bosco, e passou zunindo que nem o raio da cilibrina pela quina do outro coletivo parado, indo dar de frente (carioca tem esse negócio de ir dar...) com um carrinho que estava parado, meio atravessado adiante.

Gente olhando pra gente, com os olhos esbugalhados, gente rezando e se benzendo, velhinhas atordoadas senhores descambotados, meninos rebolando corredor (do coletivo) afora, mães desesperadas, gays despirocados e aquele clima de mifú! Pra todo mundo.

Baixado todos os cabelos arrepiados de todos os passageiros em todas as suas partes dos corpos! Continuamos o trajeto.

Aí a distinta senhora pede para baixar o frio do ar condicionado (era um frescão em todos os sentidos), gritando, mas sem perder a classe para a cobradora que repassa a reclamação para o motorista! O motorista que não é trouxa nem nada, resmunga alguma coisa meio chiada, meio grunida com aquele sotaque característico de motorista de ônibus, vocês sabem como é.
A distinta senhora não entende nada! Nem nós também. Mas todo mundo faz de conta que nem ta na cena, mesmo os que estão morrendo de frio, pois quem danado quer fazer uma desfeita ao ilustre condutor do coletivo.
A senhora não satisfeita levanta um pouco da cadeira e repete a reclama mais uma vez, agora gritando e apontando para o motorista!
Pronto, vai dar merda. Pensei.
O motorista com sua "crassi" total e carioquês da baixada (gente nada contra a baixada ouviu), responde:

- NÃO PODHIIIEEE! O BOTÃO TÁ CÔLAADO DE FÁBRICA!

Dito isto o esclarecedor motorista faz outra de suas manobras estratégicas de arrumação e entre socalavancos e freadas a pobre senhora quase cai no meio do corredor! A bendita senhora resmunga para lubrificar a chapa e senta-se permanecendo impávida como uma múmia o restante do percurso.

Eu me perguntei, ninguém mais vai falar nada?

Como se não bastasse, e em resposta a minha ousada pergunta eis que a cobradora que é Gaúcha, e tem 42 anos, 1,60 de altura, freqüenta a prainha, leva sua farofa sempre, mora em Jacarepaguá, é separada há seis anos, tem 3 filhos e paquerou metade da formação de motoristas, cobradores e de quebra o pessoal da administração da empresa. Ela pinta o cabelo, colocou unhas postiças e adora dançar. Já dançou com o neco, o Zezinho, o Pedro, Tonhão, e por ai a fora! Agora ela quer dançar com este impoluto motorista acima citado.

Como é que eu sei tudo isto?

A marvada da cobradora e seu sotaque gauchês incalacrado não parou de falar o resto do percurso! Como falava a danada. Foi só a senhora que não gosta de frio parar que ela emendou que nem cantiga de grilo.

A estas alturas eu já pedia a São Cristóvão pra que chegasse logo o meu ponto! Aquilo tudo parecia um filme surrealista francês.

Enfim chegou meu ponto, rapidamente desci e pensei... até breve.