segunda-feira, 27 de abril de 2009

VIAGEM NO TEMPO


Que passeio bom, uma coisa agradável, ainda mais nestes dias de calor, ver a bugingangolândia, como apelidei a Rua do Lavradio em dia de feira das antiguidades, é mais que ótimo, é bótimo.
É no centro, desça na estação do metrô carioca, (de metrô ou de ônibus é mais fácil), se for de carro é mais complicado pra estacionar, nem o carioca mais letrado e pós graduado na cidade maravilhosa gosta.

Prepare-se para a viagem! No tempo.
Você chega e toma um susto a rua é relativamente grande, aí você baixa os olhos nas quinquilharias e vê de tudo, anel, relógio, cachimbo e pingüim, lá tem. Móveis, máquinas victrolas e carros antigos, máscaras e bibelôs também tem. Se for não vá com pressa, vá bem devagarzinho, olhando reolhando e treolhando pra não deixar passar nada, nadica de nada pois em cada broche, cada colherinha de chá, tacinha de licor, baú, caixinha, tem uma saudade, um sentimento de máquina do tempo que você vai viajar com certeza.
As pessoas todas, bem a vontade, com cara e sorrisos de a vontade, de camiseta e bermuda, chapéu e óculos escuros (o carioca é sem dúvida o mais eclético dos seres em termo de indumentária) pessoas de família, classe média com certeza. Todos desfrutando a mesma viagem no tempo, muitas vezes um tempo que nem vivemos, mas nos dá aquela sensação boa, aquela saudade em paz.
Aí cabe uma geladinha seja lá o que danado for, cerveja, chá (outra mania do carica, como se bebe chá por aqui), e até uma cachacinha.
Eu já estou tomando a minha.
E é engraçado, pitoresco, tem as lojas com seus pedacinhos de histórias que nos faz rir e uma figura simpaticíssima aparece envergando um terno azul com gravata borboleta de bolinhas já do alto dos seus setenta e lá vai fumaça, com um bigode branquinho e muitos dentes no sorriso. Se desejar, sente um pouco pra ouvir a música, e conversar, ver gente como a negra que rapou a cabeça e nos lembra Piná, hora coloca o chapéu, hora sorri para o cliente, seduzindo, vendendo seu acervo de bugigangas.
Tome umas e outras (eu já to adiantado no seiviçio), se desejar comer não há de lhe faltar opções e assim passa-se o dia, naquela atmosfera emoldurada pelo belíssimo casario ainda bem conservado, em parte, sobrados rosas e verdes e brancos onde morava o conde, o barão, as putas e toda a gente.
Lá pras tantas se você der sorte poderá encontrar até a mulher gato, apelidei ela assim por conta do bichano pretão, que trás bem acomodado em meio a tralha num reluzente carrinho de supermercado sem a menor cerimônia. Ela para, faz uma ceninha, pega o gato mexe pra lá remexe pra cá, coloca duas baciazinhas no chão, uma com água outra com pedaços de pão e aí dá-se o alvoroço (o gato nem ta aí, parece até que sabe), todo mundo quer dar comida ao gato, e cada um se aproxima e ela recebe as oferendas, come outras tantas, já que ninguém oferece nada pra ela. E improvisando dá um banho no (de) gato (essa parte creio que ele não gostou, mas como não disse nada...) que brilha mais que lustrex em dia de sol aí a danada pega o gato coloca-o de volta a sua poltrona móvel, sorrindo e com ar de não to nem aí, vai embora compondo o cenário.

A tarde cai, mais rapidamente do que desejamos, aí a viagem tem que acabar, fica um vazio com gosto de quero mais, a vontade é esticar, e com certeza tem gente que o faz, é hora de voltar pra casa, se quiser, se der, e você for de esticar, vá ao Scenário, ao mangue seco, ao CCC ou circo voador, mas vá, os bares bodegas e armazéns são um misto de antiquário e boate muito legal, tem um clima muito bom, uns shows de música, faça reserva antecipadamente e mande brasa.
Amanhã é um novo dia, até o primeiro sábado do mês seguinte quando a feirinha volta.

sábado, 25 de abril de 2009

EU






Eu sou capaz de muito mais!

Com certeza sou mais.

Não quero o seu mal! Nunca!

Penso...

Sou melhor do que você jamais poderá enxergar.
O meu melhor é só para quem tem olhos pra ver.
Posso me dar inteiramente!
Simplesmente.

Pra mim é fácil, isso é da minha natureza.
Posso lhe dizer coisas inaudíveis.
Porém muito sensíveis.
Sinta o meu respirar
Ouça o meu
Coração

Posso...
Proporcionar orgasmos só de falar, cantar...
Posso!
Mas,
Há de se ter ouvidos de escutar.

Não sou quem você pensa.
Se é que pensas (comigo).
Acusas, jamais me reconhecí  nessas acusações...

Não racionalize, sinta!
Nunca me compare (Nem a mim, nem a nenhum outro).
Isso não vai dar certo...

Na verdade. Não serei o que você deseja.

Jamais.

Todavia sei o que desejo (você).

Eu.
Já sou.

Saiba me aceitar(aprendizado).
Simplesmente.
Não me ataque, acuse, violente (O ataque é a pior defesa).

Não jogue, não minta que eu prometo...

Não serei falso (Nunca).
Jamais! E...
"Te darei o céu meu bem."

Serei claro e mostrarei a você minh'alma
Quer ver?
Há de se aprender a mergulhar.
Abissais mergulhos...

Peça! Saiba pedir.
E eu "te darei até o meu amor também."

Saiba me ver, escutar pra ouvir, sou bem mais que reclamações fúteis.
Não servirei jamais a essa desaventurada maldade.
Jameis cederei a mediocridade
Nem quero alguém que ceda.
Não necessito do seu controle.

Não me jogue(julgue) ao chão
Acolha-me
Acredite
Saiba
Peça
Exija o melhor...
Sempre

O melhor de mim!

Nunca o pior!

Está perdida meu amor?
Meu amor está perdido?
Amor.
Perdido!
Está
Perdida
O meu
Esta?

Poesia de fim de dia, cansado....................só pra versejar. Beijo........................

quarta-feira, 22 de abril de 2009

I.R.A. - Ou, Iranilda na Rocinha Afetivamente.




Nordestina como tantas e tantas migrantes que vieram para o Rio, numa época de esperanças em busca de uma vida melhor, ela, Iranilda da Silva Santificada (Ira pros amigos) nada a ver com o Irish Republic Army! I.R.A., milícia terrorista cristã assassina Irlandesa que aterroriza e mata mesmo, pra valer, a nossa Ira, veio com o seu primeiro marido e cinco dos seis filhos (o mais novo ficou no “norte”) pro Rio maravilha.
A danada já esta na cidade maravilhosa (leia-se rocinha) há mais de vinte anos, ela me conta que já faz tanto tempo que nem lembra mais.
Atualmente é diarista, faxineira ou autônoma. Mas já foi “bem de vida” me contou certa vez que tinha negócio próprio de transporte de gente e que o primeiro marido “botou tudo a perder”.

- Foi mulher sabe! Hahahahahahahahahahaha!
-Sei.
-O danado foi vendendo os carros, sabe daqueles grande de transportar gente, e eu se não abro dos olhos ele vendia também até o meu chão! Hahahahahahahahahahaha!
- E depois?
Depôs ele foi-se embora, foi-se! Cum as mulher, quengar. Me deixou na mão. Hahahahahahahahahahaha!
- Sei...

Duas vezes por semana ela vem a casa de minha mãe e faz a limpeza da casa, coisa que por sinal, faz muito bem com um capricho sem igual. Mulher forte, parece até Sertaneja (mas é do litoral). Limpa tanto que minha mãe até reclama e diz:

- Essa mulher só pode ser doida!
- Sou mesmo dona Maria, sou doidinha! Hahahahahahahahahahaha!
- Mulher eu não já lhe disse que não precisa limpar tanto, ninguém sente nem uma poeirinha no pé!
- Ah! Sabe o que é dona Maria, é que eu tenho uma impaciência. Num posso ver chão que logo vou limpado. Hahahahahahahahahahaha!
- Mas mulher limpe com o rodo, coloque o pano do rodo pra ficar mais fácil.
- Se incomode não dona Maria, eu prefiro limpar assim mesmo, ajoelhada porque vejo a sujeira melhor e limpo mais direito, né! Hahahahahahahahahahaha!

Coisas assim, desse tipo. Ira não dá moleza a sujeira, mas tem umas coisas que nem lhe conto, minha mãe fica até nervosa as vezes.
A primeira que Ira não chega cedo nem a pau! Só lá pras dez! É ela só chega lá pelas dez da matina, pois o atual marido dela o Chiquinho sai muito cedo, ela tem que se acordar de madrugada pra preparar a marmita do Chiquinho pra ele levar para o trabalho. E depois, dorme outra vez! Aí já viu na é mesmo, pra acordar de novo só lá pras nove e Ira se atrasa outra vez. Outro dia ela até me confidenciou que tinha perdido o trabalho na casa da irmã do Doutor por isso. A patroa a despediu porque ela não chegava cedo.
Mas ela também não se rebaixa e diz logo que também aquela patroa e aquela casa “... era assim maisomenu.”
Outra das mugangas da Ira é a arrumação desarrumada, a danada limpa tudo cada coisinha peça por peça detalhadamente, vira a casa de pernas para o ar. Mas em compensação (não sei se isso é ruim, eu pessoalmente gosto) cada vez que a Ira vem a casa fica com uma decoração nova, cada coisa que ela limpa toma novo assento, nova localização.
É a arrumadeira mutante ninja.
A propósito disso tem um causo incrível:

- Foi no primeiro dia sabe!
- Sei.
-Eu era novata e a mulher não me explicou tudo, o Sr. sabe como é que é! Hahahahahahahahahahaha!
- Sei.
Tem que dizer tudo, mostrar tudo, e de que jeito ela quer que fique, né mesmo? Hahahahahahahahahahaha!
- É verdade.
- Eu comecei a limpeza e fui de cômodo em cômodo, o Sabe como eu sou caprichosa. Tudo quanto era de poeira, sujeira fui limpando até encontrar um vaso assim mais ou menos do tamanho de um jarro de flores. Um vaso preto, com uma tampa preta! Quando abri o vaso tava sujo, fedendo cheio de pó! Eu não tive dúvidas, levei o jarro pro banheiro, joguei o pó na privada, dei descarga e depois fui lavar. Lavei bem e deixei o danado brilhando.
Coloquei lá e continuei a limpeza da casa.
- E daí?
- O Senhor não imagina!
- Imagino!
- Só ouvi o grito, o choro, o desespero a mulher gritava!
- MEU MARIDO!
- Eu saí desatinada e fui ver o que tinha acontecido e ela só dizia!
- MEU MARIDO, CADÊ MEU MARIDO?
- E eu que sei minha senhora, o que aconteceu com seu marido?
- ELE ESTAVA AQUÍ NA URNA, CADÊ MEU MARIDO?
- Olha, eu travei! Como é que eu poderia saber que as cinzas que tava no tal vasinho preto era do marido dela! Hahahahahahahahahahaha!
- O QUE VOCÊ FEZ COM O MEU MARIDO!
- Olha a senhora me desculpe mais eu joguei na privada! E dei descarga. AGORA NÃO TEM MAIS JEITO NÃO.

Pronto! É assim a Ira, uma alma boa mesmo em meio a tantos desfazeres da vida.

Cada dia ela me chega vem logome contar sobre uma novidade da rocinha,ou da vida dela. E diz que tava anunciado que o pessoal do tráfico tinha avisado que iriam atacar o Vidigal, que era pra ela ficar tranqüila pois a comunidade da rocinha não seria atingida, e assim foi.
Creio que vocês viram na TV, transito interrompido, blackout, batida e invasão policial. Ira news já sabia de tudo. Cada dia que Ira vem é uma resenha! Uma hora me conta da história do filho que entrou pro tráfico, fez merda e teve que fugir senão já tinha sido morto pelo dono do ponto.
Mas ela é respeitada. Resolveu construir um barzinho e e fez uma puxadinha na casa dela. Quando já ia abrir, vem a presidenta da associação de moradores da favela e diz que ela não vai abrir. Entre discussões e brigas a ira que não é besta nem nana foi ver o chefe do tráfico.
Me disse que tremia mais que vara verde, quase se mija de tanto nervoso. Mas foi. Explicou a ele o acontecido e pediu pra abrir e funcionar o seu bar, ele disse pra ela que ela era considerada e permitiu. Disse que qualquer bronca mandasse falar com ele.

-E assim! A justiça do morro não tem burocracia! O senhor nem imagina se o morador da comunidade não andar direito a bala come.
- E como foi o fim da estória do seu barzinho?
- Ela, a presidenta me chega com um negão e uma marreta pra botar o meu bar abaixo e eu disse “Bota!” que depois você se explica ao chefe! Pronto. A mulher amarelou e recolheu o negão a marreta e tudo mais.



Veja também - http://ricarufotos.blogspot.com/ (O BLOGSPOT DO RICARU SÓ DE FOTOS)

sexta-feira, 17 de abril de 2009

RECANTO DAS CONCERTINAS - CADEG





Tudo vale a pena se a alma não é pequena

Já dizia o poeta Fernando Pessoa! 

Essa frase sempre foi uma das minhas predilectas em minha estada na linda Lisboa e no meu (?) saudoso Portugal. 


Todo mundo que me conhece sabe de minha brasilidade, devo dizer que a força e a forma que este sentimento enraizou-se foi em muito pelas vivências em Portugal, e noutros cantões do velho mundo, lá em Lisboa casa fora de casa, onde um povo que nos deu em parte um pouco (ou muito) de sua alma de poetas, nos explica a formação de nosso caráter multicultural, multirracial, multinacional.
Que bom se pudéssemos todos ir vez por outra a terrinha, mas na falta dela vamos a CADEG no Cantinho das Concertinas do Carlinhos, comer sardinhas deliciosas na brasa com carne de porco, bolinhos de bacalhau e vinho, isto pra quem estiver ou vier ao Rio. 
O caminho não é difícil, se eu que não conheço bem os caminhos e descaminhos das vias cariocas digo isto imagine pra quem vive. Arme-se de sua alma desbravadora e descubra um programa que nem todo carioca conhece ainda e vale sim a pena viver.

Então quem tiver preconceitos e neuras dispa-se (no sentido figurado) e mande bala (idem). A CADEG é um grande centro de abastecimento do tipo COBAL ou similar, só que num bairro mais popular que é Benfica. O negócio é você ir por São Cristóvão em direção ao estádio do glorioso Vasco da Gama e lá é só baixar o vidro e as defesas (não todas) e perguntar, pois o povo é altamente amistoso, simpático, respeitador e gentil.
Chegando na CADEG (isso é importante dizer tem que ser no sábado) você pode estacionar em frente ou dentro, que tem um estacionamento bem mais amplo, é só perguntar outra vez que fica fácil. 

Uma primeira dica; chegue por lá tipo assim pelas 10 da manhã e vá direto pro bar do Carlinhos, que fica no final dos pavilhões bem pertinho do estacionamento. Pegue logo umas fichas pra comer os mais deliciosos bolinhos de bacalhau (mesmo) que já saboreei em toda a minha vida, hummmm..... Só de lembrar me dá água na boca, o bolinho de bom tamanho feito de bacalhau mesmo, com ovos e cheiro verde, sem farinha de trigo é de endoidar. Esse negócio de chegar cedo é porque se chegar tarde, depois das 12h você nem encontra mais lugar pra sentar e também não consegue ficha para comer os deliciosos bolinhos.

Bom, agora vou fazer uma paradinha, breque!

Vá de coração aberto pra bagunça, seja tolerante com a falta de organização e o fuzuê, coisa de portuga mesmo, aquela zona escalafobética, mas que funciona. Uma gritaria dos diabos, uma musiquinha portuguesa tocada na concertina sem parar, acompanhada de pandeiro e um reco-reco (gigante) de bambu e um povo a cantar umas coisas tidas como “folclore” que você não conhece mesmo, não entende de jeito nenhum, mas com o passar do tempo aquilo fica zunindo dentro das oiças até o negócio se tornar familiar.

Ai você descobre que sempre escutou aquela musiquinha danada e até chega a lembrar que sua mãe cantava pra você quando “eras um miúdo ó pá!”.
Voltando a bagunçolândia, digo ao bacalhau do Carlinhos, procure ficar amigo logo do garçom que vai lhe atender, se possível chame ele pelo nome, procure sentar numa mesa, senão ele não abre uma comanda e aí você tem que entrar noutra fila dos diabos pra comprar uma deliciosa cerveja “CINTRA!”, e então! Mas no final tudo dá certo.


Outra coisa é o calor! Se for verão vá bem a vontade, roupa leve pois o negócio é a filial do famoso "buraco quente". 

Os petiscos são todos acesíveis, preços módicos, mais outros menos, em porções generosas que em pouquíssimo tempo até a mais esfomeada das criaturas fica empanturrado com tanta comida. Sim e tem o delicioso vinho verde importado directo da terrinha, uma garrafa de um litro de um autêntico vinho verde português.
Olhe, é coisa de endoidar. Resolví ir, motivado por uma reportagem de O GLOBO, mas na realidade, apesar da reportagem ter sido muito boa, só se tem uma real idéia, indo.

Outras opções do lugar são as lojas que vendem em grosso, de tudo um muito. 

Secos e molhados em geral, dá pra fazer a feira e num preço bem abaixo dos supermercados. Quem quiser comprar bebidas o sortimento é ótimo e tem as flores e mudas. Maravilha. 

O negócio começou já tem muitos anos, inicialmente o Carlinhos fornecia o almoço da rapaziada que faz o trabalho de carga e descarga e dos patrícios que foram ano a ano se ajuntando em torno da deliciosa bagunça organizada e com suas concertinas foram fazendo o cantinho, e hoje já vão cariocas e brasileiro de todos os cantos do país se deliciarem com o recanto mais Português do Rio maravilhoso de Janeiro.

Esse é mais um dos pitorescos aspectos de se viver, mas, viver realmente no rio, poucos cariocas fazem este tipo de programa. Na sua maioria por medo, pressionados pela pesada campanha terrorista vigente ( que infelizmente é real) e “empurra” o carioca para os shoppings e o consumo plastificado.

Mas isto já é outra conversa.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

RÉ-VOLTA




Não imaginava eu que ao voltar em Niterói, depois de tantos verões teria uma nova oportunidade de afinar o olhar pra (de enxergar) ver tanta beleza. Dizem os niteroienses (não sei realmente se esse adjetivo existe), os mais aguerridos, pra não dizer bairristas afirmam que é de lá que se tem a melhor vista da baía de Guanabara. É vero! Inquestionável.

Desde o momento que decidi ir, seja por ponte ou por mar, as belezas se descortinaram de forma tão luminosa e pungente que parecia até estar entrando numa outra dimensão de luzes e sombras, cores e brilhos, reflexos e silhuetas, recortes de formas como num teatro de sombras chinês, só que em cinemascope gigantesco.

Pode-se ir de barca, a maneira tradicional, se assim você decidir ir dirija-se à estação das barcas na praça quinze, lá chegando opte pela barca tradicional que sai em intervalos regulares, se estiver relax, sem pressa, pra ir obsorvendo (mistura de observando com absorvendo) a paisagem e as mudanças de luz.
Tem gente que não dá aquela paradinha, no tempo e espaço para sentir algo tão miraculento, a luz. Sentindo a maresia chegar.
Caso queira uma viajem mais rápida, opte pelo aerobarco, mas esqueça a paisagem, é muito rápido porém não se vê quase nada, não tem romantismo nenhum. A terceira opção é a maravilhosa ponte Rio-Niteói, que você pode ir de lotação (perua, besta, Kombi, etc), não é muito demorado, uma hora e mais ou menos dependendo do motorista fechar a lotação completa, aí a viagem anda.

Ou ainda pode ir de carro, que pessoalmente acredito ser a melhor opção, se não for a hora do ruxi (nunca opte por sse horário), vindo ou voltando, se tiver trânsito, ai esqueça, talvez seja melhor ir a pé.

Fomos ver a exposição individuar de um dos artistas mais conhecidos da “geração 80” ???? no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, o MAC e de quebra gamamos uma outra, talvez mais interessante.

Ao descermos da ponte, atravessamos a cidade, subimos uma ladeirinha, passamos pela linda “boa viagem” e fomos em direção a Icaraí, subindo a ladeira a paisagem muda completamente, começamos a ter uma vista deslumbrante da baía de Guanabara, ilhotas, um mar sem fim com seus reflexos multicoloridos e ao fundo a Guanabara em todo seu esplendor.

Esplendorosa também é a vista do MAC, ao chegarmos o museu nos assalta as vistas e atenções como se uma coisa de outro planeta, de outra dimensão tivesse pousado naquele instantinho e nós fôssemos as testemunhas oculares do surgimento daquela nave ou objeto não identificado, majestoso e.....
.....Branco! Muito branco, com suas janelas escuras rodeando todo o prédio. Niemeyer se superou, no projeto e quem quer que tenha escolhido o local! Não poderia ser em lugar nenhum do mundo senão ali.

Entrar no museu é coisa ritual, não é assim, vai entrando de qualquer jeito não! Tem uma linda rampa com curvas orgânicas que nos conduz ao prédio. Recepcionistas, pessoas simpáticas e sorridentes e depois do bilhete, adentramos.

Falar da mostra, ou melhor das mostras, ficará para uma outra resenha, ou não. Pois os meus olhos e mentes foram abduzidos pela beleza daquele pedacinho de Niterói, que cidade privilegiada, hum, que maravilha sim senhor.

O espaço interno, deixa um pouco a desejar, mas as vistas, as janelas filtrando e reforçando aquelas imagens, água, pedra, céu e mar, eu não sabia mais o que olhar, estava em êxtase visionário extra-extraordinário!

Com certeza nem as mil palavras, e perceba que aqui já tem com certeza mais de mil, não serão capazes de descrever tantos sentimentos e tanta beleza.
Ou seja; Vá a Niterói (e me chame que eu vou) sem falta!

Esta minha ré-volta a Niterói foi uma oportunidade única, posso até voltar lá mil vezes (olha o exagero aí gente), mas aquela tarde foi maravilhosa, toda a natureza conspirou para que o ar salobro, filtrasse e possibilitasse aquelas vistas de encher os zóios.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

UNIVERSO PARALELO FECHADO

INFELIZMENTE, POR MOTIVOS ALHEIOS A NOSSA VONTADE
FECHAMOS A LOJA/ ATELIER - VITÓRIA CENTRO
Aos Amigos, clientes, nossas escusas.
Temporariamente estaremos atendendo pelo
Fone: (27) 8808-2505

Ou pelo e-mail do artista: ricaru@gmail.com


Mais de um ano e meio de trabalho, muitas lutas. Vitórias e muito retorno positivo. Criei do caos um espaço onde mostrei meu trabalho, minha produção e bem mais.
Muitos clientes e mais ainda, amigos e amigas que fazem e continuarão a fazer parte de minha vida! Obrigado a todos.
Com fé, em breve estaremos próximos outra vez.

"Haverá um dia, em que a justiça dos homens prevalecerá! Graças a Deus."