segunda-feira, 15 de junho de 2009

DJOBI, DJOBÁ - JOBI O CANTINHO MAIS AGITADO DA NOITE DO BAIXO LEBLON


Desde os primeiros momentos que fui me aprochegando ao Leblon, cascavilhando familiaridades, pra me sentir mais à vontade, ter aquela sensação boa de que “sou” do lugar, me deparei com um danado de barzinho muito simpático, boteco, aqui, tido como “pé limpo” (tem a outra categoria que é o pé sujo), muito aconchegante, mesinhas redondilhas pequenas e apinhadas, apesar de aberto e arejado mas com pouca luz interna, o que confere aquele ar de barzinho bem legal, característico. O Jobi! Imediatamente achei engraçado esse nome, curioso, original (ainda vou perguntar o que significa). E não poderia dar noutra, associei o nome do bar ao nome de uma música do grupo espanhol, Gipsy Kings (Djobi,djoba), que fica tocando no meu juízo cada vez que vejo o bar ou passo por ele.

Claro, não poderia deixar de ir lá! Fiquei aguardando momento oportuno pois não estava querendo ir só. O movimento é constante, sempre cheio, quase tudo acontece por lá. O bar funciona a todo o vapor quase que 24 horas por dia, a única pausa e pela manhã, logo cedinho quando o pessoal faz a limpeza, lava o piso, troca as toalhas das mesas e em seguida ta tudo pronto pra continuar.

Primeiro li no GLOBO que uma torcedora fanática pelo PT (Acontece), numa querela política com uma partidária do governador em faltando argumento partiu para a dentada e arrancou o dedinho da situacionista com uma bem aplicada mordida em meio a discussão “poliptica”. Isso me fez rir e aguçou meu desejo de estar lá.



Os dias passaram e certa feita me chega as mão uma revistinha de bairro muito legal que traz ótimas dicas, causos e receitas (não de bolo) sobre a zona sul etc, coisa e tal. A revista Básica. Nela vem sempre uma entrevista com personas gratas da zona sul, e desta feita era o Chico Caruso e o Paiva, o garçom mais figura do Jobi (todo mundo é amigo do Paiva), que está por lá ha mais de 28 anos, uma boa matéria, como sempre. Nela o Chico falava de suas experiências por estas bandas etc, e o Paiva também! Foi simpatia a primeira lida. Mais um motivo para ir lá.

Tudo muito bem, então eis que chega de visita minha prima, uma boêmia de alma e corpo (ou copos) e daí surgiu a tal da oportunidade. Fomos e chegamos já era madrugada adentro, o bar tava cheio, muita gente, muita conversa muita risadagem aquelas coisas que preenchem a alma de um bom cristão. Chopinhos, papos e num dado momento a dúvida? Será que eles aceitam cartão aqui? Perguntamos e infelizmente a resposta foi, não. Mas na boa. Logo nos indicaram um banco que fica aberto de madrugada e a solução veio na medida. Pagamos em dinheiro o que tínhamos consumido e eu cheio de intimidade, como se fosse freqüentador assíduo, chamo o Paiva pelo nome e num converseio de pé de orelha falo que a situação era aquela, e que iríamos no tal banco e voltaríamos daqui a alguns minutos. Com muita simpatia, sorrisos e gentilezas o Paiva me disse; “Não se preocupe, qualquer coisa, volte que daremos um jeito”.

Pronto! A senha estava dada.

Saímos caminhamos até a Praça Antero de Quental até o posto de gasolina onde estava o banco e...
... A máquina estava quebrada.

Sem floreios nem des-culpas, voltamos, chamei o Paiva para outra conversa, expliquei e ele foi incisivo!

- Fiquem a vontade! Bebam e consumam o que quiser e no final deixem um documento que amanhã vocês resgatam a conta!




Nossa senhora! Que coisa! Fiquei bestificado, maravilhado, encantado.

Assim tivemos um alegre e inebriante final de madrugada regado a ótimo chope, petiscos deliciosos e muita conversa de mesa de bar com minha querida Bella.

No outro dia só risos e felicidades! Fomos lá, pagamos o pendura e tudo certo.

Devo dizer que o Paiva (E os outros garçons também), o Jobi conquistaram meu coração boêmio. Sempre que dá “vontade”, vou lá sorver um tanto daquele cantinho maravilhoso e absorver dessa alma carioca maravilhosa que ainda resiste a quase tudo. Apesar das tentativas de acabar com tudo que maravilhoso dessa cidade sem igual.

Tudo vale a pena, mesmo quando a grana é pequena!


Nenhum comentário: